quinta-feira, 5 de junho de 2008

UPES promete não dar refresco para prefeitura até conseguir o passe livre

O presidente da Upes (União Paranaense de Estudantes Secundaristas), Rafael Clabonde, convoca estudantes a se organizar para novas manifestações pelo passe-livre. “Será uma manifestação por semana nas canaletas próximas as escolas e colégios até a prefeitura nos escutar” declarou Clabonde após o termino da audiência pública pelo passe-livre, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (05), no Casarão da UPE (União Paranaense de Estudantes).

Clabonde explica que foi enviado ao Presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Claudio Derosso (PSDB), um pedido para a realização de uma audiência pública sobre o tema “Passe-Livre Estudantil”, que seria marcada esta quinta-feira (05). O presidente da câmara não se manifestou e Clabonde acabou recorrendo ao Casarão da UPE (União Paranaense de Estudante) para a realização da audiência.


O professor de planejamento de transporte e do departamento de engenharia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Garrone Reck, que desenvolve projetos voltados ao transporte urbano, publico e privado, junto a diversas prefeituras e empresas da América Latina, apresentou uma palestra sobre a viabilização do passe-livre e presidiu os debates durante a audiência publica.


Estiveram presentes na audiência, o vereador Pedro Paulo, representantes da APP-Sindicato, Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindicato dos Engenheiros (Senge), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e representantes do Deputado Péricles de Mello (PT).

Manifestação - Clabonde lamentou a falta de um representante da prefeitura ou do próprio prefeito Beto Richa na audiência. “O prefeito no momento da audiência se encontrava fazendo a promoção pessoal com a linha verde, que teve mais de 70 falhas encontradas no projeto e execução da obra”, lembrou Clabonde.


A Upes pretende organizar manifestação em diversos pontos da cidade, partindo da frente de colégios e junto com os alunos bloquear a canaleta mais próxima, impedindo o trânsitos dos coletivos. As manifestações, segundo o presidente da Upes, irão acontecer até o inicio das negociações com a prefeitura “O prefeito Beto Richa já demonstrou diversas vezes não levar a sério os questionamentos e demandas dos estudantes de Curitiba. Vamos nos manifestar até alguma providência ser tomada”, finalizou Clabonde.


Fonte: site da Frente Ampla - http://www.frenteampla.com/

3 comentários:

Anônimo disse...

Nota sobre a Audiência “Pública” pelo direito ao Passe Livre

Nós, do Movimento Passe Livre Curitiba, vimos por meio dessa nota manifestar nosso repúdio à maneira pela qual foi conduzida e composta a audiência “pública” sobre a questão do Passe Livre no Casarão da UPE no dia 05/06/2008. Fomos à audiência com a intenção de contribuir, seja com o viés apartidário na luta ou com uma visão mais ampla do direito à cidade. No entanto, pontuamos:

1. Para se ter uma idéia do que foi a audiência, basta mencionar a presença do ex-reitor da UFPR que em diversas ocasiões utilizou de métodos similares, senão idênticos, aos de Beto Richa. Vide, por exemplo, em 2005, quando a polícia e a segurança privada entraram no campus da universidade e agrediram fisicamente um estudante que manifestava descontentamento com o processo eletivo para reitor, ou em 2007, quando a polícia federal foi acionada para impedir que estudantes participassem da reunião do Conselho Universitário que decidia sobre um projeto polêmico de reestruturação da universidade. Convidar Carlos Augusto Moreira Júnior, pré-candidato a prefeito pelo PMDB, para compor a mesa implica no ônus de assumir uma contradição: a contradição de denunciar um prefeito que agride estudantes e apoiar um pré-candidato que fez o mesmo.
2. Ao final da fala da mesa da audiência, fomos surpreendidos pela não abertura do espaço de fala para o auditório. Quando tentamos nos pronunciar fomos rapidamente interpelados por militantes das entidades que promoviam a audiência sob a justificativa de que as pessoas deveriam sair do recinto, caso contrário os ônibus que as trouxeram partiriam sem elas. Participamos, diversas vezes, de audiências públicas promovidas pela terrível prefeitura de Curitiba, porém mais democráticas porque com direito à fala. O não espaço à fala demonstra burocratismo e, ainda, medo que uma fala exponha as contradições de um grupo que abraça e senta ao lado de pré-candidatos truculentos e autoritários.
3. A participação do ex-diretor da URBS, Garrone Reck, em sua fala simplesmente pôs empecilhos burocráticos e técnicos à efetivação do Passe Livre, não discutindo a caixa-preta e reforçando a lógica capitalista no transporte coletivo.
4. Como se não bastasse, a audiência não passou de um mero artefato midiático cujo objetivo principal era a projeção das entidades que apenas aparecem, via de regra, em momentos eleitorais.
5. A luta por um transporte verdadeiramente público em Curitiba, sobretudo na década de 80, foi capitalizada para interesses circunscritos ao campo eleitoral. O saldo disso foi a renovação da elite política do Paraná, permitindo à burguesia curitibana cooptar os quadros mais ambiciosos advindos do Movimento Popular. A História parece se repetir quando toda a luta pelo Passe Livre, legítima por natureza, é utilizada como palanque eleitoral.

Movimento Passe Livre Curitiba, 5 de junho de 2008.

Anônimo disse...

o movimento morreu, deve tá todo mundo em campanha agora né

Anônimo disse...

Justamente, a UPES pautou nas eleições o que a juventude paranaense debateu em vários municípios. E também não tínhamos financeiramente condições de manter as mobilizações. Talvez se fizesses um terço do que a nota denuncia, iríamos ter tamanha estrutura.
MPL, sempre fomos NÓS das entidades máximas de representação estudantil no Paraná, que procuramos diálogo junto ao movimento, por entender, que por mais limitações que o movimento tenha (e olha que são várias), não iríamos deixar estudante mobilizado sem apoio, porém, ainda há quem insista fazer justiça a hipocrisia, e desta maneira achamos por bem continuar o nosso caminho e desejamos sucesso na conquista do direito do Passe Livre, bandeira a qual levantamos antes mesmo da fundação do MPL. Grato da atenção e boa luta!