As entidades do movimento estudantil, que lutam pela implantação do passe livre em Curitiba, divulgaram um manifesto aos usuários do transporte coletivo e marcaram nova passeata para o próximo dia 15 de maio. A seguir leia a integra do manifesto divulgado:
"Carta Aberta aos Trabalhadores e Usuários do Transporte Coletivo de Curitiba
1 – A convocação da manifestação pelo passe livre em Curitiba, a partir da estação-tubo central, dos Correios, é um símbolo concreto da união entre trabalhadores, estudantes e os usuários do sistema de transporte coletivo de Curitiba;
2 – Levando em consideração as distâncias de Curitiba em relação a São Paulo ou ao Rio de Janeiro, por exemplo, os usuários curitibanos pagam a tarifa do transporte mais cara do país;
3 – Há gorduras suficientes no preço da tarifa em Curitiba que poderiam ser convertidas no passe livre ou na redução do valor da passagem do ônibus, que beneficiaria todos os pais dos estudantes e os próprios;
4 – É mentira que a gratuidade no transporte aos estudantes elevaria o preço da tarifa para os demais usuários, haja vista que no Rio de Janeiro e em Campo Grande (MS) têm 100% da passagem gratuita e essa política não elevou o custo aos trabalhadores e aos usuários. Nem por isso essas cidades quebraram;
5 – A prefeitura de Curitiba também poderia reverter as multas eletrônicas (pardais), as do “Estar” (estacionamento) e as de infrações no trânsito corriqueiras no financiamento do passe livre. Afinal, a Urbs (empresa gestora do sistema de transporte) precisa ter mais transparência e a sociedade controlar mais o seu funcionamento;
6 – A prefeitura de Curitiba poderia retornar os anúncios publicitários veiculados no mobiliário urbano (ponto de ônibus + perfurado nos veículos) no financiamento do passe livre, aliás, o modelo atual fora criado originalmente para essa finalidade (subsidiar o transporte aos estudantes);
7 – O passe livre é forma mais eficaz de garantir o acesso da juventude aos bancos escolares, evitando a evasão e estimulando a inclusão social por meio da educação;
8 – É fundamental que a sociedade civil organizada articule-se numa associação de usuários com os claros objetivos de realizar o controle social da tarifa e implementar o passe livre universalizado a todos os estudantes curitibanos. Neste sentido, propomos a realização de uma ampla audiência pública na Câmara de Vereadores com a participação da OAB, prefeitura, usuários, Direitos Humanos, trabalhadores, Ministério Público, CNBB, dentre outras entidades e órgãos representativos;
9 – Além de proporcionalmente uma das tarifas mais caras do país, o sistema de transporte coletivo de Curitiba está saturado e não atende mais as necessidades dos usuários. Há excessos de filas, demora dos ônibus e lentidão das linhas. Nos horários de pico, na ida ao trabalho e na volta à casa, o usuário precisa travar uma verdadeira guerra nos terminais para poderem entrar nos coletivos;
10 – É mentira que o presidente da UPES, Rafael Clabonde, um dos líderes das passeatas pelo passe livre, é funcionário do governo estadual. Ele é membro do conselho do controle social, que fiscaliza a aplicação dos recursos do Fundeb e NÃO recebe qualquer remuneração para essa atividade. Clabonde é representante da UPES e NÃO do governo nesse colegiado, como maldosamente noticiou setores da imprensa; e
11 – Por fim, apelamos ao senhor prefeito Beto Richa para que tome a iniciativa do diálogo com os movimentos da sociedade; que adote uma atitude construtiva no sentido de encontrar uma solução para esta justa e histórica reivindicação dos estudantes e dos usuários do sistema de transporte coletivo de Curitiba.
Curitiba, 25 de abril de 2008.
UNE, UPE, UBES, UPES, UMESC e Grêmios Estudantis."
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