segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

"Carta Aberta aos Trabalhadores e Usuários do Transporte Coletivo de Curitiba"


1 – Repudiamos o aumento de 15,7% na tarifa do transporte coletivo, que lesa não somente os estudantes, mas toda população que passa a pagar R$ 2,20 no ônibus. Vale também ressaltar, que venderemos ainda mais caro aos que visitam nossa cidade (na linha turismo o aumento é de 20%), a falsa imagem de "capital social", já que este abuso beneficia uma pequena parcela da sociedade curitibana.

2 – Levando em consideração as distâncias de Curitiba em relação a São Paulo (R$ 2,30) ou ao Rio de Janeiro (R$ 2,20), por exemplo, os usuários curitibanos PAGAM A TARIFA MAIS CARA DO PAÍS.

3 – Basta notar o grande número de passageiros, para saber que há gorduras suficientes no preço da tarifa em Curitiba que poderiam ser convertidas no passe livre ou na redução do valor da passagem do ônibus, que beneficiaria todos os pais dos estudantes e os próprios;

4 – A prefeitura sempre pautou que a gratuidade no transporte aos estudantes elevaria o preço da tarifa para os demais usuários, haja vista que no Rio de Janeiro e em Campo Grande (MS) têm 100% da passagem gratuita para nós e essa política não elevou o custo aos trabalhadores e aos usuários. Nem por isso essas cidades quebraram. Em Curitiba temos um aumento de R$ 0,30 centavos e nenhum benefício foi concedido.

5 – Para não ficar ainda mais caro do que já está, a prefeitura de Curitiba também poderia reverter as multas eletrônicas (pardais), as do "Estar" (estacionamento) e as de infrações no trânsito para financiamento do passe livre ou para congelar a tarifa.

6- Contra argumentos da Prefeitura a impossibilidade de concretizar estas propostas, devem vir acompanhadas de total transparência do caixa da URBS (empresa gestora do sistema de transporte). Até porque não se sabe o quanto é, mas sim que é muito grande o lucro dos empresários, que com certeza estarão se beneficiando com este aumento. Talvez, os únicos.

7 – A prefeitura de Curitiba poderia retornar os anúncios publicitários veiculados no mobiliário urbano (ponto de ônibus + perfurado nos veículos) para o financiamento do passe livre, aliás, o modelo atual fora criado originalmente para essa finalidade (subsidiar o transporte aos estudantes). Até hoje não estão sendo utilizados os fundos para garantir serviço prestado de qualidade que justifique o preço cobrado.

8 – Nossa bandeira histórica do passe livre é forma mais eficaz de garantir o acesso da juventude aos bancos escolares, evitando a evasão e estimulando a inclusão social por meio da educação. O poder público, no lugar de agredir estudantes que protestam pela falta do passe livre, tem o dever de garantir este direito.

9 – É fundamental que a sociedade civil organizada se articule para garantir um fórum permanente dos usuários com os claros objetivos de realizar o controle social da tarifa, implementar o passe livre universalizado a todos os estudantes curitibanos, e não permitir que continuem acontecendo injustiças para toda população. Neste sentido, as entidades estudantis estarão junto a sua Assessoria jurídica estudando medidas legais para dar um fim a tamanho abuso. Também propomos a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (COMEC), órgão este que deveria ter sido ouvido pela URBS antes da decisão tomada, que entre com liminar na justiça a fim de barrar o aumento.

10 – Além de proporcionalmente uma das tarifas mais caras do país, o sistema de transporte coletivo de Curitiba está saturado e não atende mais as necessidades dos usuários. Há excessos de filas, demora dos ônibus, terminais e estação tubos sucateadas, além da lentidão das linhas. Nos horários de pico, na ida ao trabalho e na volta à casa, o usuário para entrar nos coletivos, trava todos os dia uma verdadeira “guerra” nos terminais.;

11 – Por fim, apelamos ao senhor prefeito Beto Richa para que tome a iniciativa do diálogo com os movimentos da sociedade; que adote uma atitude construtiva no sentido de encontrar uma solução para a justa reivindicação dos estudantes e que volte atrás da decisão de aumentar abusivamente a tarifa do aos usuários do sistema de transporte coletivo de Curitiba, contrariando inclusive sua promessa de campanha.

Curitiba, 12 de Janeiro de 2009.

UNE, UPE, UBES, UPES, UMESC e Grêmios Estudantis."

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