sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

URB$: basta de palhaçada!

Ontem a superação da falta de argumentos para tentar justificar o "acidente" que levou a morte da batalhadora Cleonice, fez com a URBS viesse a público em nota taxar como culpada a vítima, alegando que a mesma teria desrespeitado o aviso que cita evitar a permanência do passageiro próxima a porta, segue a nossa resposta a esta piada de mal gosto, já que neste momento não há como rir para não chorar em meio a tamanha lamentação pelo ocorrido. O Presidente da UPES, Rafael Clabonde, esteve presente no enterro prestando solidariedade a família de "Cléo", como era carinhosamente chamada pelos amigos, e disse: "Hoje as lágrimas tomam conta de nós, mas nossos olhos devem ser tomados por outro líquido, somente com muito sangue neles, não deixaremos ser em vão o que ela derramou”. As entidades estudantis lançaram nota aberta que segue abaixo na íntegra:


"Falecimento do transporte coletivo de Curitiba: Segue o martírio!



É com pesar que nós estudantes prestamos solidariedade aos familiares e
amigos da trabalhadora Cleonice Ferreira Gouveia, a mais nova vítima
causada pela falta de responsabilidade do poder público de Curitiba e
Região Metropolitana. Fruto da ausência de segurança nos ônibus, que
seguem a colocar em risco a vida de milhões de passageiros dia-a-dia.



As entidades estudantis no último dia 14/01 enterraram a qualidade do
transporte e cremaram a caixa preta da URBS, quem dera este fosse o
único ato fúnebre que tivéssemos de presenciar.



Reafirmamos o compromisso de combater qualquer injustiça, a União
Paranaense dos Estudantes Secundaristas disponibilizou a família
Gouveia assessoria jurídica, mas felizmente as empresas que empregavam
Cleonice já estão tomando as devidas providências para punir os
culpados. Vale ressaltar que todo e qualquer cidadão que se sentir
lesado em meio a guerra de sobrevivência no sistema do transporte
coletivo, pode recorrer a UPES, entidade defensora não só dos
estudantes, mas de toda juventude paranaense.



Por fim, um questionamento: até quando teremos de ver tamanho descaso
com a população por parte dos órgãos públicos responsáveis? Já que até
mesmo o laudo para liberação do corpo foi feito de maneira errada,
atrasando em aproximadamente dez horas o início do velório, sem falar
da imoral posição da URBS que disponibilizou apenas um número de
telefone para contato, não movendo uma só ação para ajudar a família
neste momento tão difícil.



A URBS inclusive foi além, em nota divulgada ontem, tenta induzir que a
vítima seria a culpada por se encontrar em local onde se consta um
aviso para não permanência do passageiro. Esquecendo que Cleonice só
não estava em outro local do ônibus, pois não havia a menor
possibilidade de locomoção devido o número de pessoas presentes no
corredor. Aliás, de acordo com a lei municipal 12.597/08, a lotação
máxima nos ônibus não pode ultrapassar seis passageiros por metro
quadrado, aí nota-se quem cometeu desrespeito este caso.



30 de Janeiro de 2009, Curitiba.



UNE/ UBES/ UPE/ UPES/ UMESC e Grêmios Estudantis."

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